quinta-feira, 28 de março de 2013

Arthur Schopenhauer

(Danzig, 22 de Fevereiro 1788 — Frankfurt, 21 de Setembro 1860) foi um filósofo alemão do século XIX.
Seu pensamento é caracterizado por não se encaixar em nenhum dos grandes sistemas de sua época. Sua obra principal é O mundo como vontade e representação (1819), embora o seu livro Parerga e Paralipomena (1851) seja o mais conhecido. Schopenhauer foi o filósofo que introduziu o budismo e o pensamento indiano na metafísica alemã. Ficou vulgarmente conhecido por seu pessimismo e entendia o budismo (e a essência da mensagem cristã, bem como o essencial da maior parte das culturas religiosas de todos os povos em todos os tempos) como uma confirmação dessa visão realista-pessimista. Schopenhauer também combateu fortemente a filosofia hegeliana e influenciou fortemente o pensamento de Eduard von Hartmann e Friedrich Nietzsche.
Ideias
Ver artigo principal: Pensamentos de Arthur Schopenhauer
O pensamento de Schopenhauer parte de uma interpretação de alguns pressupostos da filosofia kantiana, em especial de sua concepção de fenômeno. Esta noção leva Schopenhauer a postular que o mundo não é mais que representação. Esta conta com dois polos inseparáveis: por um lado, o objeto, constituído a partir de espaço, tempo e o princípio de causalidade; por outro, a consciência íntima e subjetiva acerca do mundo, sem a qual este não existiria. Contudo, Schopenhauer rompe com Kant, uma vez que este afirma a impossibilidade da consciência alcançar a coisa-em-si, isto é, a realidade não fenomênica. Segundo Schopenhauer, ao tomar consciência de si em nível radical, o homem se experiencia como um ser movido por aspirações e paixões. Estas constituem a unidade da vontade, compreendida como o princípio norteador da vida humana. Voltando o olhar para a natureza, o filósofo percebe, analogicamente, esta mesma vontade presente em todos os seres, figurando como fundamento de todo e qualquer movimento (muito embora Schopenhauer trabalhar com o conceito de vontade metaforicamente, no sentido de que, dentre todos os fenômenos, o fenômeno da vontade é o que mais se aproxima e melhor representa a natureza da coisa-em-si). Portanto, para Schopenhauer, a vontade como que corresponde à coisa-em-si, dando-se, deste modo, como o substrato último de toda realidade minimamente experienciável (e minimamente experienciável porque, aos olhos de Schopenhauer, a vontade, rigorosamente falando, não possui status metafísico no sentido clássico de algo situado além e fora da experiência, mas sim, poder-se-ia dizer, uma espécie de status "introfísico", na medida em que é a experiência mais imediata, profunda, radical e íntima do mundo, primeiramente sendo percebida de forma direta por nós em nós mesmos compreendidos como "complexo intelecto-corporal" e, depois, suposta analogicamente, isto é, indiretamente, nos demais corpos/objetos). De se ver, assim, o princípio ontológico basilar dessa concepção schopenhaueriana, a saber, "o postulado da uniformidade da natureza em dimensão não fenomênica".
O impulso do desejo, não se dá de forma consciente: ele, ao contrário, se desdobra desde o inorgânico até o homem, que deseja sua preservação. A consciência humana seria uma mera superfície, tendendo a encobrir, ao conferir causalidade a seus atos e ao próprio mundo, a irracionalidade inerente à vontade. Sendo deste modo compreendida, ela constitui, igualmente, a causa de todo sofrimento, uma vez que lança os entes em uma cadeia perpétua de aspirações sem fim, o que provoca a dor de permanecer algo que jamais consegue completar-se. Daí a nota pessimista consequente no pensamento de Schopenhauer: o prazer consiste apenas na supressão momentânea da dor; esta é a única e verdadeira realidade. Contudo, há alguns caminhos (estéticos) que possibilitam ao homem escapar da vontade, e assim, da dor que ela acarreta. A primeira via é a da arte. Schopenhauer traça uma hierarquia presente nas manifestações artísticas, na qual cada modalidade artística, ao nos lançar em uma pura contemplação de ideias, nos apresenta um grau de "objetidade" da vontade. Partindo da arquitetura como seu grau inferior, ao mostrar a resistência e as forças intrínsecas presentes na matéria, o último patamar desta contemplação reside na experiência musical; a música, por ser independente de toda imagem externa, é capaz de, se não nos apresentar, pelo menos nos aproximar da pura Vontade em seus movimentos próprios; a música é, pois, de certa forma, a própria vontade encarnada. Tal contemplação, trazendo a vontade para diante de nós, consegue nos livrar, momentaneamente, de seus liames. Mas a arte representa apenas um paliativo para o sofrimento humano.
Uma outra possibilidade de escape, conquanto indireta, é apontada através da moral. A conduta humana deve voltar-se para a superação do egoísmo; este, muito basicamente, provém da ilusão de individuação, pela qual um indivíduo deseja, constantemente, suplantar os outros. A compreensão da vontade faz aparecer todos os entes desde seu caráter único, o que leva, necessariamente, a um sentimento de compaixão e a uma prática de justiça e caridade - o que não significa que, para Schopenhauer, a moralidade seja, no primário e essencialmente (tal qual a arte e a ascese), "uma via para a felicidade pessoal": apenas que, praticando-a, indiretamente o agente termina por fruir a dita felicidade entendida em termos de anulação do egoísmo; significa dizer que, pelo menos no âmbito da moralidade, a felicidade própria (seja a de base egoísta ordinária, seja a de base contemplativa) não é a razão de ser ou o motivo premente e imediato da ação do agente, embora este lograr afastar, mediante a prática moral, mesmo que por curto período de tempo, o sofrimento ligado ao querer egoísta.
Finalmente, a suprema felicidade somente pode ser conseguida pela anulação da vontade (isto é, pela ascese). Tal anulação é encontrada por Schopenhauer no misticismo hindu, particularmente no budismo; a experiência do nirvana constitui a aniquilação desta vontade última, o desejo de viver. Somente neste estado, o homem alcança a única felicidade real e estável. Contudo, reveste-se de suma importância frisar o objeto dessa via ascética, seja ele, a felicidade de tipo contemplativa ou a bem-aventurança, uma vez que, o ascetismo relacionado ao escopo da felicidade, não pode ser visto, nos quadros da filosofia schopenhaueriana, como algum tipo de nível ou momento da experiência moral (já que o valor moral das ações, para Schopenhauer, está, justamente, no desinteresse pessoal em prol do interesse alheio, vale dizer, no não se preocupar, ao menos em linha de princípio, com a felicidade própria, mas com a felicidade do outro) e sim como o caminho mais seguro para quem pretende ter e gozar uma felicidade não tão instável como aquela radicada na satisfação dos desejos e das necessidades. Numa palavra, na satisfação da vontade material. Portanto, por mais que Schopenhauer não tenha colocado a questão nesses termos, o ascetismo (do modo como ele o concebe) está mais para um tipo de "eudaimonismo espiritual" do que para um "grau da vida moral", por continuar sendo um ideal comprometido com a busca da "felicidade", da "bem-aventurança".
A felicidade pela via da satisfação é (para o indivíduo consciente que pensa e diagnostica sua condição existencial) insustentável, porquanto a vontade é insaciável; se assim é, somente uma outra via que não a da satisfação pode nos levar a uma felicidade menos frustrante. A via constatada por Schopenhauer, naturalmente, é a oposta, ou seja, a da negação da vontade, traduzida em termos de conhecimento liberto dos grilhões da vontade egoísta, portanto, um conhecimento não mais à serviço da vontade, donde o esteticismo schopenhaueriano, pois todo conhecimento que não tem por finalidade atender às demandas do egoísmo faz-se contemplativo, dado que limita-se a assistir à vida, seja do ponto de vista da arte (criação e/ou contemplação do belo), da moral (contemplação da igualdade fundamental que subjaz a tudo e, consequentemente, a consciência do respeito pelo outro por sabê-lo um igual) ou da ascese (abstenção completa da vontade material de vida, intelectualizando-se e espiritualizando-se).
Uma outra via para a felicidade sustentável ainda é possível entrever na obra de Schopenhauer, e que merece crédito por haver sido, a julgar pela aparência, atestada por seu próprio estilo de vida. Trata-se da via da "perfeição" ou da "vida integral" (a qual, diga-se de passagem, remonta à Antiguidade, não sendo, portanto, uma novidade introduzida por Schopenhauer). Com efeito, nesta, a felicidade não é vista em termos de "estado" de quietude (nirvana), tampouco em termos de "momento" (satisfação). Diferentemente, toma-se a bem-aventurança em termos de "atividade", voltada ao trabalho e ao aperfeiçoamento das potencialidades humanas mais nobres, como as de caráter estético, teorético e ético - sem prejuízo da valorização da prudência para com os negócios práticos do dia a dia, do bem-estar e dos prazeres saudáveis ligados ao corpo. Há quem diga que a ausência expressa dessa modalidade na tela das ideias de Schopenhauer, pode ter tido por motivação certa convicção arraigada do filósofo quanto à raridade do tipo aspirante à perfeição, não se dando, pois, ao trabalho de teorizar e tampouco prescrever a via em questão (inobstante o testemunho de sua vida pessoal a favor dessa tese, a qual poderia ser vista como uma espécie de meio-termo entre a via da afirmação alienada da vida e a da negação desesperada). Assente isso, faz-se compreensível a brincadeira de Alain de Botton (a propósito de uma série de tevê realizada por ele sobre o tema do amor do modo como pensado por Schopenhauer) a respeito de ter sido o filósofo (comumente tido por pessimista), talvez, o homem mais feliz do mundo. De fato, a crer em seus biógrafos, Schopenhauer foi um homem saudável durante praticamente toda a sua vida, relativamente rico, dotado de extraordinária inteligência (tanto teorética quanto prática), sensibilidade estética refinada e razoável disposição moral, o que o coloca bem próximo, pois, do arquétipo do homem saudável e economicamente independente (ou seja, digno) de um lado (o da sobrevivência) e teorético, esteta e político-moral de outro (o da existência, isto é, da cultura), a que visa a perspectiva da perfeição ou da integralidade (como, por exemplo, a aristotélica e a epicurista-tardia).
Acentua-se ainda o valor das meditações críticas de Schopenhauer sobre a problemática da liberdade e da necessidade, máxime no campo da Ética (Moral e Direito). De maneira bastante sucinta, diga-se que, para Schopenhauer, não há falar em liberdade (no sentido de livre-arbítrio), por ser o homem tão determinado como todos os demais seres, repousando a ilusão da liberdade no fato da natureza fluída do "conhecimento (conjunto de representações)", não na natureza do "querer", bem como na ignorância quanto à maneira peculiar e complexa do princípio da causalidade próprio à espécie humana.
A filosofia de Schopenhauer influenciou marcadamente vários pensadores, entre os quais destacam-se: Eduard von Hartmann, Nietzsche, Hartmann, Simmel, Thomas Mann,Bergson e Freud.
 Principais obras
1. As Dores do Mundo
2. Sobre a Raiz Quádrupla do Princípio da Razão Suficiente (1813)
3. Sobre a Visão e as Cores (1815)
4. O Mundo como Vontade e Representação (1819)
5. Sobre a Vontade da Natureza (1836)
6. Os Dois Problemas Fundamentais da Ética (1841)
7. Parerga e Paralipomena (1851)
8. Metafísica do Amor/Metafísica da Morte
9. A Arte de se Fazer Respeitar
10. A Arte de Insultar
11. Sobre o Ofício do Escritor
12. A Arte de Ter Razão ou Como Vencer um Debate sem Precisar ter Razão
13. A Arte de Ser Feliz
14. A Arte de Lidar com as Mulheres
15. Aforismos para a Sabedoria de Vida
16. Sobre a Vida Universitária
17. Sobre o Fundamento da Moral
18. O Livre Arbítrio (Pela Academia Real)
Contexto filosófico e cultural
Caricatura de Arthur Schopenhauer, por Wilhelm Busch
Filho de Heinrich Floris Schopenhauer, comerciante da cidade de Danzig, na Prússia (atualmente Gdansk, na Polônia), o filósofo Arthur Schopenhauer estava destinado a seguir a profissão de seu pai. Por isso, a família nunca se preocupou muito com sua educação intelectual e, quando contava apenas doze anos de idade, em 1800, induziu-o a empreender uma série de viagens importantes para um futuro comerciante. Schopenhauer percorreu a Alemanha, a França, a Inglaterra, a Holanda, a Suíça, a Silésia e a Áustria. Mas seu interesse não foi despertado por aquilo que seu pai mais desejava: o que fez de mais importante, durante essas viagens, foi redigir uma série de considerações melancólicas e pessimistas sobre a miséria da condição humana. Em abril de 1804, visitou o arsenal de Toulon, onde teve contato com os condenados às galés. Ele registrou em seu diário suas impressões sobre essa visita, que o marcou profundamente.[1] Em 1805, a família fixou-se em Hamburgo e o obrigou a cursar uma escola comercial. A morte do pai (presumivelmente cometeu suicídio) permitiu-lhe, contudo, abandonar para sempre os estudos comerciais e voltar-se para uma carreira universitária, como era seu desejo. Assim, Schopenhauer passou a dedicar-se aos estudos humanísticos, ingressando no Liceu de Weimar em 1807; dois anos depois, encontrava-se na faculdade de medicina de Göttingen, onde adquiriu vastos conhecimentos científicos.
Em 1811, na Universidade de Berlim, assistiu aos cursos dos filósofos Schleiermacher (1768-1834) e Fichte (1762-1814). Este último seria, mais tarde, acusado por Schopenhauer de ter deliberadamente caricaturado a filosofia de Kant (1724-1804), tentando “envolver o povo alemão com a neblina filosófica”. Em 1813, Schopenhauer doutourou-se pela Universidade de Berlim com a tese Sobre a Quádrupla Raiz do Princípio de Razão Suficiente.
Nessa época, sua mãe, Johanna Schopenhauer, estabeleceu-se em Weimar, onde começou a obter progressivo sucesso como novelista e passou a freqüentar os círculos mundanos que Schopenhauer detestava e se esforçava por ridicularizar ao máximo. As relações entre os dois deterioraram-se a ponto de Johanna declarar publicamente que a tese de seu filho não passava de um tratado de farmácia; em contrapartida, Schopenhauer afirmava ser incerto o futuro de sua mãe como romancista e que ela somente seria lembrada no futuro pelo fato de ser sua progenitora.
Apesar dessas brigas, Schopenhauer freqüentou durante algum tempo o salão de sua mãe. Ali tornou-se amigo de Goethe (1749-1832), que reconhecia seu gênio filosófico e sugeriu-lhe que trabalhasse numa teoria antinewtoniana da visão. A partir dessa sugestão, Schopenhauer escreveu Sobre a Visão e as Cores, publicado em 1816.
Em 1814, Schopenhauer rompeu definitivamente com a família e, quatro anos depois, concluiu sua principal obra, O Mundo como Vontade e Representação. Em 1819, o livro foi publicado, mas, um ano e meio após, haviam sido vendidos apenas cerca de 100 exemplares. A crítica também não foi favorável à obra.
Durante os anos de 1818 e 1819, Schopenhauer passou uma temporada na Itália: ao voltar, sua situação econômica não era das melhores. Solicitou então um posto de monitor na Universidade de Berlim, valendo-se de seu título de doutor e passando por uma prova que consistia numa conferência. Admitido em 1820, encarregou-se de um curso intitulado A Filosofia Inteira, ou O Ensino do Mundo e do Espírito Humano. O título do curso devia-se, provavelmente, a Hegel (1770-1831), que na época era um dos mais reputados professores da Universidade de Berlim. Tentando competir com Hegel, Schopenhauer escolheu o mesmo horário utilizado pelo rival, mas a tentativa redundou em fracasso completo: apenas quatro ouvintes assistiam a suas aulas. Ao fim de um semestre, renunciou à universidade.
Em 1821, envolveu-se em um acidente que teve desagradáveis conseqüências econômicas e, sobretudo, viria causar-lhe periódica crise de depressão psicológica. Nessa época, o filósofo residia numa pensão, cujos principais locatários, em sua grande maioria, eram senhoritas de idade avançada. Essas pensionistas tinham o desagradável hábito de espionar a chegada de supostas amantes, recebidas por Schopenhauer em seus aposentos. Certa noite, quando uma costureira chamada Caroline-Louise Marquet dedicava-se a esse mister, Schopenhauer, perdendo a paciência, atirou-a escada abaixo. Como resultado, foi processado e acabou sendo condenado a pagar trezentos thalers de despesas médicas. Além disso, ficava obrigado a pagar sessenta thalers anuais, até a morte de Caroline, que somente veio a falecer vinte anos depois. Durante todo esse tempo, Schopenhauer entrava em depressão nervosa, uma vez por ano, todas as vezes que era obrigado a pagar a pensão. Sua revolta dizia respeito menos à quantia desembolsada do que àquilo que sentia como injustiça cometida pelas autoridades.
Entre 1826 e 1833, Schopenhauer empreendeu freqüentes viagens, adoeceu por diversas vezes e tentou uma segunda experiência como professor da Universidade de Berlim. Foi mais uma tentativa fracassada, somente contrabalançada pela crítica elogiosa a seu O Mundo como Vontade e Representação, publicada no periódico Kleine Bücherschau.
Em 1833, depois de muitas hesitações, o filósofo resolveu fixar-se em Frankfurt, onde permanecera até sua morte em 1860. Durante os vinte e sete anos que passou na cidade, levou uma vida solitária, acompanhado por seu cão. Sua predileção por animais era filosoficamente justificada; segundo Schopenhauer, entre os cães, contrariamente ao que ocorre entre os homens, a vontade não é dissimulada pela máscara do pensamento.
Dedicado exclusivamente à reflexão filosófica, Schopenhauer trabalhou intensamente em Frankfurt, redigindo e publicando diversos livros. Em 1836, veio a lume o ensaio Sobre a Vontade na Natureza, que deveria completar o segundo livro de O Mundo como Vontade e Representação. Na mesma época, redigiu também dois ensaios sobre moral. O primeiro, escrito para concorrer a um concurso da Academia de Ciências de Trondheim (Noruega), intitula-se Sobre a Liberdade da Vontade. O segundo, O Fundamento da Moral, concorreu ao concurso da Academia de Copenhague e continha verdadeiros insultos a Hegel e a Fichte, que provocaram escândalo; embora fosse o único concorrente, o livro não foi premiado. Posteriormente, os dois ensaios seriam reunidos sob o título de Os Dois Problemas Fundamentais da Ética e publicados em 1841. Três anos depois, surgiu a segunda edição de O Mundo como Vontade e Representação, enriquecida com alguns suplementos. Apesar disso, não teve sucesso.
O mesmo não ocorreu com a última obra escrita e publicada por Schopenhauer. Intitulava-se Parerga e Paralipomena e continha pequenos ensaios sobre os mais diversos temas: política, moral, literatura, filosofia, estilo e metafísica, entre outros. A obra alcançou inesperado sucesso, logo depois de ser publicada em 1851. A partir daí, a notoriedade do autor espalhou-se pela Alemanha e depois pela Europa. Um artigo de Oxford, publicado na Inglaterra, deu início à grande difusão de sua filosofia. Na França, muitos filósofos e escritores viajaram até Frankfurt para visitá-lo. Na Alemanha, a filosofia de Hegel entrou em declínio e Schopenhauer surgiu como ídolo das novas gerações.
Assim, os últimos anos da vida de Schopenhauer proporcionaram-lhe um reconhecimento que ele sempre buscou. Artigos críticos surgiram em grande quantidade nos principais periódicos da época. A Universidade de Breslau dedicou cursos à análise de sua obra e a Academia Real de Ciências de Berlim propôs-lhe o título de membro, em 1858, que ele recusou.
Dois anos depois, a 21 de setembro de 1860, Arthur Schopenhauer, que Nietzsche (1844 – 1900) chamaria "o cavaleiro solitário", faleceu, vítima de pneumonia. Contava, então, 72 anos de idade.
Pensamentos políticos e sociais
Pensamentos sobre as mulheres
No ensaio de Schopenhauer acerca das mulheres de 1851[2] ("Of Women", "Über die Weiber", texto completo), ele expressou sua oposição ao que chamou de "estupidez germano-cristã" sobre questões femininas. Ele argumentou que a "está na natureza da mulher obedecer", e se opôs ao poema em honra das mulheres de Friedrich Schiller, "Dignidade das Mulheres" ("Dignity of Women"). O ensaio oferece dois elogios, no entanto: que "as mulheres são decididamente mais sóbrias nos seus julgamentos que os [homens] são" e são mais simpáticas aos sofrimentos alheios. Porém, a última parte foi considerada como uma fraqueza ao invés de uma virtude humanitária.
As escritas controversas de Schopenhauer influenciaram várias pessoas, de Friedrich Nietzsche à feministas do século 19.[3] A análise biológica de Schopenhauer da diferença entre os sexos, e seus papéis separados na luta pela sobrevivência e reprodução, antecipam alguns argumentos que foram posteriormente ventilados por sociobiologistas e psicólogos evolucionários no século 20.[carece de fontes?]
Após o já idoso Schopenhauer ter posado para uma escultura de Elisabet Ney, ele teria dito à amiga de Richard Wagner, Malwida von Weysenburg, "Eu ainda não fiz meu último pronunciamento sobre as mulheres. Eu acredito que se uma mulher obter êxito em se retirar da coletividade, ou preferir se desenvolver além dela, não deixará de progredir, até mais do que um homem."[4]
 Cronologia
Local onde Schopenhauer foi enterrado em Frankfurt, Alemanha
1788 - Nascimento de Schopenhauer em Dantzig, no dia 22 de fevereiro.
Kant: Crítica da razão prática.
1789 - Revolução Francesa
George Washington é o primeiro presidente dos Estados Unidos.
1790 - Kant: Crítica da faculdade de julgar.
1793 - Os Schopenhauer se mudam para Hamburgo.
1794 - Fichte: Fundamentos da doutrina da ciência em seu conjunto.
1800 - Schelling: Sistema do idealismo transcendental.
1800-1805 - Destinado por seu pai ao comércio, Schopenhauer realiza uma série de viagens pela Europa ocidental: Áustria, Suíça, França, Países Baixos, Inglaterra. Isso lhe rende um Diário de viagem e um excelente conhecimento do francês e do inglês.
Napoleão é imperador pela Europa.
Beethoven compõe a Heróica.
1805 - Suicida-se o pai de Schopenhauer; este permanece em Hamburgo, renuncia à carreira comercial para dedicar-se aos estudos nos liceus de Gota e de Weimar, e sua mãe muda-se para Weimar.
Napoleão é rei da Itália.
1807 - Hegel: A Fenomenologia do Espírito.
1808 - Fichte: Discurso à nação alemã.
Goethe: As afinidades eletivas e Fausto (primeira parte).
1811 - Ingresso de Schopenhauer na Universidade de Berlim, onde estuda filosofia.
1813 - Schopenhauer: Da quádrupla raiz do princípio da razão suficiente (tese de doutorado).
Nascimento de Kierkegaard.
1814 - Schopenhauer rompe relações com a mãe e muda-se para Dresden.
Napoleão abdica e se retira para a ilha de Elba.
Morre Fichte.
1815 - Derrota de Napoleão em Waterloo. O Congresso de Viena reorganiza a Europa sob o signo da Santa Aliança.
1816 - Schopenhauer: Da visão e das cores.
1818 - Hegel na universidade de Berlim, onde lecionará até a sua morte.
1819 - Schopenhauer: O mundo como vontade e representação.
1820 - Schopenhauer começa a lecionar em Berlim com o título de privat-dozent. Fracassa.
1825 - Nova tentativa na universidade de Berlim. Novo fracasso. Schopenhauer renuncia à docência e passa a viver daí em diante com a herança paterna.
1830 - Hegel: Enciclopédia das ciências filosóficas (edição definitiva).
1831 - Morre Hegel.
1832 - Morre Goethe.
1833 - Schopenhauer estabelece-se em Frankfurt, onde residirá até sua morte.
1836 - Schopenhauer: Da vontade na natureza.
1839 - Schopenhauer recebe um prêmio da Sociedade Norueguesa de Ciências de Drontheim por uma dissertação sobre "A liberdade da vontade".
1840 - A dissertação "Sobre o fundamento da moral" não recebe prêmio da Sociedade Real Dinamarquesa de Ciências de Copenhague.
1841 - Schopenhauer publica suas duas dissertações de concurso sob o título de Os dois problemas fundamentais da ética.
Feuerbach: A essência do cristianismo.
1843 - Kierkegaard: Temor e tremor.
1844 - Schopenhauer: O mundo como vontade e representação, segunda edição acompanhada de Suplementos.
Stirner: O único e sua propriedade.
Marx e Engels: A sagrada família ou Crítica da crítica crítica contra Bruno Bauer e sócios.
Kiergaard: O conceito da angústia.
Nascimento de Nietzsche.
1846 - Comte: Discurso sobre o espírito positivo.
1848 - Marx e Engels: Manifesto do Partido Comunista.
Revolução na França e na Alemanha. Sua correspondência confirma que Schopenhauer desejou e apoiou a repressão em Frankfurt.
1851 - Schopenhauer: Parerga e Paralipomena. Êxito e primeiros discípulos, Frauenstädt, Gwinner etc.
1856 - Nasce Freud.
1859 - Darwin: A origem das espécies.
1860 - Schopenhauer morre em 21 de setembro

fonte: wikipédia

quinta-feira, 21 de março de 2013

Quando Nietzsche Chorou


Filme extremamente instigante, que conta do encontro ficcional do Filoso Friedrich Nietzsche, uma das figuras mais polêmicas da historia da filosofia, que dentre outras teorias que choracaram a sociedade na época, decretou a morte de Deus; e um dos pais da psicanálise Josef Breuer, um dos mentores de Freud.
Uma amiga de Nietzsche, Clo Salomé, procura a ajuda de Breuer, para que use seu revolucionário método de tratamento “a cura pela fala” (como chamavam a psicologia na época), para ajudar Nietzsche que esta profundamente deprimido. Nesta intenção Breuer tenta tratar o gênio Nietzsche, onde os dois passam a travar verdadeiras batalhas mentais. Aí esta toda a graça do filme, duas mentes brilhantes disputando para ver quem esta certo. Breuer tentando tratar Nietsche e fazê-lo ser menos cético, e confessar suas fraquezas e Nietzsche tentando desmoronar o mundo de Breuer, fazendo-o questionar toda sua vida, suas convicções e até mesmo seu casamento. Óbvio que todo o drama e infortúnio na vidas dos dois gênios, são causados por mulheres, e isto torna o filme mais interessante ainda, mostrando que mesmo os homens mais sábios, e geniais, se tornam um bobos nas mãos das mulheres.
É um filme simples, sem jargões, que serve muito bem para nos introduzir no mundos destas duas ciências tão maravilhosas.
 

fonte: Wikipédia:
Primeiro romance do psicoterapeuta e professor Irvin D. Yalom que, sem medo, mescla elementos reais com a ficção.
Obra que traça paralelo entre ficção e realidade e apresenta personagens históricos como Josef Breuer, um dos pais da psicanálise, o jovem Sigmund Freud e o filósofo Friedrich Nietzsche

quinta-feira, 14 de março de 2013

Alegoria da Caverna de Platão x Espiritualidade

Nesta maravilhosa alegoria, Platão nos narra a história de um homem, que sai do mundo onde vive, uma caverna, abandonando seu povo, para ir atrás da luz, e lá chegando descobre que o mundo que conhecia até então, não passava de um reflexo do mundo real. E que tudo que entendia como real, não passava de mero reflexo. Atingindo o mundo real (mundo da luz), vê como as coisas são realmente belas, e como a caverna era escura, precária e limitada; e que não passava de um prisioneiro nela. No entanto, não pode evitar sentir pena de seu povo, e decide voltar para contar-lhes do que viu, e convencê-los a libertarem-se também. De volta à caverna o prisioneiro fica cego novamente, mas, agora, por ausência de luz. Ali dentro, é desajeitado, não sabe mover-se direito nas sombras nem falar de modo compreensível para os outros, não sendo acreditado por eles. Torna-se objeto de zombaria e riso, e acaba sendo morto pelos que jamais se disporão a abandonar a caverna.
Achei incrível como um texto escrito acerca de 400 anos antes de Cristo, possa tão perfeitamente exemplificar seus ensinamentos. Vendo a caverna como a terra, nós o povo na escuridão, acreditando que o materialismo e os prazeres mundanos, são a única realidade que há; o homem que escala a caverna atrás da luz, é um homem como nós, que percebeu que existe algo além da caverna, e a escala (passagem esta que faz lembrar de Buda, um homem como nós, que atingiu a iluminação). E como se escala a caverna? Através do trabalho, do estudo, do conhecimento. Ao sair da caverna chega a um mundo iluminado, onde vê as coisas como realmente são, ou seja, ao mundo dos espíritos. Um mundo melhor que o nosso, e de onde todos nós viemos. Entendo Jesus um homem como nós, com vidas passadas terrenas, que se elevou, e viu a verdade, e tomado de amor e caridade, decidiu retornar a caverna, e nos mostrar a verdade, contar das coisas lindas que viu; ou seja seus pensamentos e ensinamentos. E o que fizemos quando Cristo esteve na terra para nos ensinar a quebrar os grilhões e subir o caminho? Desacreditamos; rimos e zombamos; e por fim o matamos, como fez o povo da caverna no conto de Platão. Os exemplos estão aí, as historias já foram contadas por diversas vezes, seja por Platão, Buda ou Cristo, a verdade será sempre a mesma, queira você acredite ou não. A subida é árdua, e difícil, mas é o único meio de vermos a verdade, caso contrario apenas passaremos o restante de nossa existência no fundo de uma caverna escura nos aprazendo com sombras.

Autor: FSantanna

Existencialismo - Jean-Paul Sartre

O existencialismo sartreano é proveniente de três formas de pensamento: o materialismo dialético de Marx, a fenomenologia de Husserl e o existencialismo de Heidegger. A influência de Marx está na relação com a ação, ou seja, ao invés de se pensar sobre o mundo, tem-se a idéia de alterá-lo, transformá-lo. De Husserl extraiu o método fenomenológico. E Heidegger, com o seu questionamento sobre o ser, o influenciou quando afirmou que, para alcançarmos compreensivamente o ser, precisamos analisar existencialmente a pessoa (ente).
A diferença maior entre seu pensamento e o de Heidegger reside no fato de que, para este último, o interesse era com o ser, ainda que a pessoa concreta fosse um meio de se chegar a ele na sua completa compreensão. Para Sartre, ao contrário, a preocupação era quase que exclusiva com a existência do indivíduo em si, daí sua famosa sistematização do principio básico do existencialismo “a existência precede à essência”.
Sartre acreditava que o ponto pelo qual o pensamento filosófico deveria partir é a intencionalidade e não a realidade humana. Fiel que era ao pensamento de Husserl, utilizou a fenomenologia para atingir a sua meta. Sartre, no entanto, tinha como meta examinar a consciência no mundo. A consciência é engajada no mundo de tal forma que o para-si não existe sem mundo, mas apenas, como o diz Sartre, “uma plenitude diferenciada do ser”.
Para a consciência atingir as coisas, precisa conter o nada, o não-ser. Nós só podemos negar as coisas, nadificá-las, porque carregamos conosco uma espécie de nada. Para Sartre o nada tem como fundo o próprio ser. É o ser que faz surgir o nada pela imaginação. Esta forma de ser da consciência cria uma totalidade que não existe.
A análise da consciência é fundamental na sua filosofia. Divide-se em dois níveis: consciência de primeiro grau e consciência de segundo grau. A primeira consciência que ultrapassa a si mesmo para atingir o objeto e se esgota nessa mesma posição. É uma consciência perceptiva, pois se ignora para ter consciência de um objeto ou de um ato. Ela e o objeto de que a consciência são, na verdade, nesse nível, uma só coisa, isto é, há identificação com o objeto sem que ela se tome como objeto. Sartre a chamou de cogito pré-reflexivo ou consciência irreflexiva. É irreflexiva, pois não depende do conteúdo psíquico do eu. O que é psíquico só pode ser apreendido pela reflexão.
O segundo nível de consciência, nas palavras de Sartre (1936), “é a consciência que é consciente de ser consciente do seu objeto”. Existe um eu que é consciente daquilo que tem consciência. Chamou-a, por isso, de consciência reflexiva. É específica do ser humano.
A teoria sartreana da consciência nos conduz à sua teoria da liberdade. Pela liberdade o indivíduo escolhe aquilo que quer ser e, assim, realiza sua essência. Sartre rejeita que qualquer tipo de noção que coloca o homem preso a uma natureza humana ou a um Deus que o cria. O homem faz parte da espécie humana, mas é a sua liberdade que o afasta desta espécie; que ultrapassa o humano em direção à humanidade.
Para Sartre o homem é aquilo que faz de si próprio. O que Sartre faz é transformar esse subjetivismo em ética, na medida em que o construir-se constitui o espaço da dignidade. A liberdade não é algo levianamente construído, senão que existe uma responsabilidade absoluta pelo que resulta. Se a natureza humana fosse um molde rígido ou mesmo maleável, como propõem os psicanalistas, porém passivo, como afirmam os behavioristas, o homem não poderia ser responsável por si mesmo.
O homem é aquilo que se projeta ser e não existe antes desse projeto. O que importa primeiramente é que ele surge no mundo e só depois se define. A opção por este ou aquele projeto está vinculada a essa valorização, que faz da consciência reflexiva uma consciência moral; uma vez que para valorizar, reflito e julgo. O valor é a própria expressão da liberdade. Sartre denomina “projeto original” à escolha que o indivíduo faz sobre si próprio. Esse é uma matriz dos demais projetos, determina as ações, sentimentos, etc. de cada um.
Sartre vai mais longe quando diz que todo projeto original, na verdade, é um reflexo de uma frustração: a de não ser Deus. Graças a esse fracasso encontra sua liberdade e contingência.
É preciso deixar claro que Sartre teve duas fases em seu pensamento. Sua primeira visão propõe uma liberdade radical, incondicionada, encarnada num ato. Trata-se de uma liberdade para si, não inserida no mundo. Tal liberdade implica num voluntarismo com pretensão ao absoluto. Posteriormente refez esta idéia. A liberdade aparece agora não mais como liberdade em fuga, mas como uma liberdade a trabalhar. O querer-ser de Sartre se origina de sua recusa em se identificar com este ser que ele é ou que fizeram dele. A liberdade não pode ser entendida como proveniente de uma bondade divina.
Diante da absurdidade ou contingência de sua vida, o indivíduo experimenta um mal-estar a que Sartre denominou de náusea. O ser percebe que existe sem ser justificado. A conseqüência desse mal-estar é a responsabilidade de si próprio por sua existência. A náusea é, na verdade, o medo diante dessa liberdade.
O ser-para-o-outro é a estrutura essencial da consciência. O meu corpo me põe em contato com outrem e me faz ver como sou percebido por ele. Minha consciência apenas se revela a partir da relação que mantém com outras consciência. “É preciso que minha consciência individual seja reconhecida como tal por outra, para existir. Isso estabelece a lei universal do combate entre consciências: cada uma luta para ser reconhecida por outra”, nos explica Maciel (1986). Exatamente no confronto com o outro que se assegura o direito à individualidade.
Sartre diz que tentamos nos transformar exatamente naquilo como aparecemos para o outro. O outro, assim, oferece perigo. A única defesa é inverter a situação: na preservação da minha liberdade, torno-o ser-em-si. É como se a liberdade de um inibisse a do outro. Essa é a essência das relações humanas: o conflito. Assim, sentido-me existir, ou sendo objeto para outro, experimento angústia, daí Sartre achar que o ser-com é gerador de conflito.
Estudando a relação do corpo com a consciência, Sartre chega a investigar a sexualidade. Todo o desejo tem como meta um possível "objeto de desejo". Mas o que ele realmente pretende é substituir o ser saciado. Negando a possibilidade de que o desejo seja somente instinto, afirma que é uma relação do indivíduo como ser-para-o-outro. O desejo é uma posse da livre subjetividade do outro.
Não se trata de possuir o outro como se possui um objeto; quer-se possuir a liberdade como liberdade. É no fracasso da troca que aparecem as relações sado-masoquistas. No masoquismo sofre-se nas mãos do outro para demonstrar que se é uma coisa submetida à sua liberdade. A tentativa oposta é a sádica – destrói-se o outro como consciência, aprisiono-o; quer-se possuí-lo como objeto.
O desejo sexual não é apenas a expressão de uma imposição biológica. O desejável, na verdade, é o próprio desejo e é por ele que o indivíduo toma consciência do seu próprio corpo.
Sartre teve duas fases: a primeira culminou com a obra O ser e o nada, onde esboça a sua ontologia.
Numa segunda fase houve uma total conversão operada pelo marxismo, originando a utilidade de colocar em discussão a literatura pela necessidade de ação política. A derrubada da referência de algo absoluto para fundamentar o relativo também ajudou a mudar sua posição. Somente quando historicizou seu pensamento, abriu a possibilidade para uma verdadeira moral. Tudo isso foi descoberto quando, por ocasião da guerra, Sartre ficou em cativeiro. Descobriu a solidariedade e o engajamento com uma causa.
A expressão “O inferno é o outro” demonstra a relação perigosa e assustadora que o outro estabelece. O outro tenta conquistar a consciência do outro, e assim, a liberdade de um inibe a realidade do outro. Nessa batalha de consciência, que é o inferno, ambos se necessitam para justificar sua culpa. O outro é o espelho da própria condenação. Entretanto, tal concepção é reformulada, na sua segunda fase, numa espécie de paradoxo dialético, qual seja, quanto mais experimento minha liberdade, mais reconheço a do outro.
Sartre não foi apenas um psicólogo dedicado a temas acadêmicos da área, um filósofo que escreveu ensaios importantes sobre o questionamento da existência, mas um cidadão engajado e permanentemente comprometido com a transformação de si, de suas idéias e do mundo em que viveu.

Fonte: Existencialismo - Jean-Paul Sartre - Humanismo - Abordagens - Psicologado Artigos http://artigos.psicologado.com/abordagens/humanismo/existencialismo-jean-paul-sartre#ixzz1kwEGk4ph
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Parafraseando Sêneca, em seu livro "Da Felecidade", para os dias de hoje.

“Todos os homens, querem viver felizes, mas quanto mais procuram mais dela nos afastamos, e quanto maior a pressa, maior a distancia”; (hoje todos buscam a felicidade, que nos é vendida pela mídia, como sendo dinheiro, beleza e fama; e quantos não são os exemplos de pessoas que nesta busca desenfreada por esta falsa felicidade, caem nas drogas, depressão e outras tantas armadilhas, felicidade é paz de espirito e de consciência);
“Não devemos seguir como ovelhas o rebanho, indo assim não onde querem que vamos, e sim onde nossa consciência deseja ir”; (não seja apenas uma tiete, um seguidor cego da moda, pense, pondere, critique e desenvolva sua própria personalidade);
“Considerar como bons os exemplos numerosos, não é viver racionalmente mas sim por mera imitação”; (não faça, use ou seja algo, apenas por todos a sua volta fazê-lo “ a massa é burra”);
“Morremos seguindo o exemplo dos demais. A saída é nos separarmos da massa e ficarmos a salvo”;
“Busquemos o melhor, não o mais comum, aquilo que conceda uma felicidade eterna, não o vulgar, e o fugaz” (não jogue uma vida fora por uma noite de prazer);
“Busquemos as coisas boas, não na aparência, mas sólidas e duradouras, mais belas no seu interior” (não julgue as pessoas, coisas pela aparência (moda), veja além, tente entender a razão para aquelas pessoas serem daquele jeito);
“Sigamos o exemplo da natureza, a sabedoria esta em não nos afastarmos dela, e sim seguir seu exemplo”;
“Usar o dom da fortuna, sem sermos escravos dela”(dinheiro é bom quando nos realizamos fazendo algo e somos remunerados por isso, e não quando nos realizamos apenas em adquiri-lo);
“O bem supremo é uma alma que despreza as coisas fúteis e se satisfaz coma virtude”;
“ O verdadeiro prazer é o desprezo dos prazeres”;
“ O único bem é a dignidade e o único mal é a desonestidade” (nada paga uma consciência limpa);
“ No dia em que o homem dominar o prazer, ele também dominará a dor” (prazer= desejo, somos escravos de nossos desejos, quando desejarmos menos, viveremos mais felizes);
“ Ninguém pode ser feliz se não tiver a mente sadia, e, certamente, não a tem quem opta por aquilo que vai prejudicá-lo” (não existe felicidade no vicio);
“ O prazer esta ligado a vida mais infame”;
“ A virtude é algo de elevado, nobre, invencível e infatigável. O prazer é fraco, servil e efêmero, cuja sede e casa são bordéis e tabernas”;
“ As alegrias do corpo, são para nos como tropas auxiliares, devem servir e não comandar” (a mídia supervalorizou o prazer, hoje em dia o que vale é a beleza, a forma, a moda, não o conteúdo. Um corpo saudável serve apenas para por em prática os ditames de uma mente sadia, caso contrário é apenas um fantoche);
“ Se escravizar pelo prazer, é coisa de uma alma incapaz de algo maior”;
“ Os grandes prazeres acabam trazendo tragédias a quem só cultiva, deixando-nos dominados por eles”
“ Não exija de você, ser igual aos melhores, basta apenas melhor que o maus. Cortando a cada dia um pouco de seus vícios e aprendendo com seus erros”;
“Olharei a morte com o mesmo animo com que ouvi falar sobre ela; suportarei qualquer cansaço com espirito forte, também desprezarei as riquezas presentes e futuras, sem ficar mais triste ou mais orgulhoso se elas estão em torno de mim ou em outro local, observarei todas as terras como minhas fossem, e as minhas como se pertencessem a todos; viverei como alguém que sabe que nasceu para os outros e darei graças a natureza por isso”;
“Mesmo que apenas eu sabia o que estou fazendo, agirei como se todos estivessem me vendo”;
“ Ao comer e beber, o meu objetivo será apenas atender a uma necessidade natural e não encher o estomago vazio;
“Serei agradável para com os amigos, gentil e indulgente para com os inimigos”;
“Cederei antes que me solicitem, adiantando-me a todas as demandas honestas”;
“ Homem sábio tem um campo mais vasto para desenvolver seu espirito em meio a riqueza do que na pobreza, pois, na riqueza existe a oportunidade para temperança, a generosidade, o discernimento, a organização, a magnificência com total liberdade”;
“ Ninguém condenou o homem miséria. O homem poderá possuir grandes riquezas, desde que não sejam roubadas, manchadas com sangue dos outros, que sejam adquiridas sem prejuízo algum, sem negócio sujo. Sendo os gastos tão honestos quanto os ganhos”.
“ Terá a bolsa aberta, mas não furada, da qual muito sai, sem esbanjar demais”;
“Onde houver um ser humano, aí haverá possibilidade de se fazer o bem”;
“ As riquezas não são coisas boas em si mesmas. Se realmente o fossem, elas nos tornariam bons” (ninguém se torna bom por torna-se rico, no mais das vezes acontece justamente o contrário);
“Na pobreza se faz uso de virtudes aptas à luta; na riqueza, daquelas mais cuidadosas, que controlam os movimentos e mantém o equilíbrio”;
“As riquezas servem ao sábio, enquanto comandam o louco” (vivemos em tempos loucos, onde a ganância comanda os seres humanos, onde tudo se vende e tudo se faz por dinheiro, o que importa é o que se tem, e não o que se é. Traficantes, prostitutas e todo tipo de bandidos se tornam doutores, com seu dinheiro sujo, ninguém se perguntando da procedência do mesmo);
“ Não submetei os atos de sua vida a opinião alheia” (viva por si e para os seus e não para a opinião dos outros);
“ Ninguém conhece melhor a dureza das pedras do que o escultor”;
FSantana: Não tenho a menor intenção dizer o que é certo ou errado a ninguém, quis apenas homenagear a figura fantástica de Sêneca, e ao escrever isto não quis imputar defeitos aos outros, e sim me dar conta dos meus, refletir e buscar corrigi-los.
Autor: FSantanna

Resenha sobre Kant

Kant foi um dos ícones, se não o maior, entre os filósofos da era moderna.
Suas definições influenciam o meio jurídico até hoje, pois, são dele os passos mais firmes na definição de moral e ética, do julgamento e do juízo.
Filosofo alemão, considerado o pai da filosofia crítica
Apregoava que a verdadeira religiosidade se fundamentava na autonomia da consciência, na piedade particular e nas obras de misericórdia.
Sua mais célebre obra foi “Crítica da Razão Pura”.
Kant assinalou sua célebre frase “o céu estrelado por sobre mim e a norma moral dentro de mim”.
A vida filosófica de Kant estalou por meio da leitura da obra de David Hume, cético e naturalista. Este foi um filósofo que, junto com Berkeley e Locke, formava a tríade iluminista britânica.
1. Em “O Mundo de Sofia”
Concordava com Hume sobre o empirismo, quanto ao fato de que todos os conhecimentos se deviam às impressões dos sentidos.
Kant explicava que o espaço e o tempo pertenciam à condição humana, sendo propriedades da consciência, e não atributos do mundo físico.
Existiam dois elementos que contribuíam para o conhecimento do mundo: a experiência e a razão.
No livro “O Mundo de Sofia” a explicação kantiana para importância da filosofia ocupa lugar conclusivo
2. O pensamento kantiano
Os doutrinadores racionalistas acreditavam que o conhecimento era fruto de uma simples faculdade: a razão.
Foi nesta lacuna contextual, entre o racionalismo e o empirismo- Nem tanto um, nem tanto outro, Kant foi um catalisador do pensamento filosófico.

fonte:wikipedia